segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Facebook, esse gajo inevitável

Pensei que para ter a minha reputação em redes sociais totalmente defendida, bastava actualizar o meu hi5 de 6 em 6 meses. Tentei ignorar durante imenso tempo a existência do facebook, não queria nada ter de fazer mais um perfil cheio de recortes, preferências, quotas favoritas, amigos, fotos e por aí fora...
Mas há situações às quais não podemos fugir, e neste caso, sei que é urgente entrar no imenso mundo do Facebook quando, no meu restrito, mas perfeito círculo de amigos, ouço expressões como:

"Epa, estas gajas não se tocam, têm o descaramento de mandar mensagens a pedir prendas!!"
"Tenho de ir ver a minha quinta!"
"Já fizeste aquele quizz das personagens do Quentin Tarantino? Eu sou uma puta!"
"Não consigo plantar mais árvores!"
"Deixa-me lá ver a horta do meu vizinho.."
"Ooooohhhhhh, o Gervásio mandou-me frutos!!! WIIIIIIIIII!!"

-_-

Já Vos Disse?

Um madrugador OLÁ a todos os leitores do meu demente, mas oportuno blogue!!

Peço desculpa às susceptibilidades que feri ao ficar durante mais um período prolongado de tempo sem escrever nada por aqui, eu sei que a vossa vida sem borbulhas espremidas não é a mesma coisa, mas de facto, esta minha ausência foi motivada por motivos de força relevante!! (só para ser diferente...) Àqueles que pensavam que eu tinha sido novamente raptado, podem parar com as manifestações e as vígilias nocturnas à porta no Parlamento, já voltei!

Entretanto, ficam obviamente várias coisas por contar:

1. Já vos disse que passei no exame de código com duas respostas erradas? Ah pois é! Parabéns para mim! Isto sem estudar nada! Ai que sou tão bom!
2. Já vos disse que tenho aulas de condução às segundas, quartas e sextas às 7 da manhã? Sou o único neste mundo a ter aulas às 7 da manhã?
3. Já vos disse que adoro acordar cedo para ir para as aulas de condução às 7 da manhã? A sério, o meu dia ganha logo outra dimensão, adoro o arzinho cascalense da manhã, adoro fazer as coisas com tempo e saber que o meu dia de trabalho só começa às 11!
4. Já vos disse que ontem, pela primeira vez e sem uma intenção premeditada, consegui dizer: "Traz acompanhamento de b-a-t-a-t-a-s f-r-i-t-a-s?". Pois é meus amigos, tenho testemunhas!
5. Já vos disse que hoje dormi uma hora e estou aqui todo fresco? "sim sim pedro, quero ver se às 7 da tarde ainda vais estar todo fresco no teu dia com uma grande dimensão!"
6. Já vos disse porque é que dormi uma hora? Porque ontem tive o jantar do meu trabalho que só acabou às 3:30 da manhã.
7. Já vos disse onde trabalho? Num cinema.
8. Já vos disse que me vou embora do cinema? Sim, vou, daqui a duas ou três semanas e ontem dei por mim a ter uma crise nostálgica em pleno jantar.
9. Já vos disse que estou para aqui todo contente, mas que daqui a pouco tenho de transportar comigo, na minha miquelina, cerca de 8000€, sem as mínimas condições de segurança?
10. Já vos disse que a peça "Um Conto de Natal" nos correu muito bem e foi um sucesso? Parabéns a todos os meus colegas actores e a toda a equipa técnica!
11. Já vos disse que é a minha mãe que me corta as unhas dos dedos grandes dos pés porque senão encravam? Não estavam à espera desta pois não?
12. Já vos disse que reavi os meus grandiosos phones da Nokia e por isso as minhas viagens de mota já nao são as mesmas?
13. Já vos disse que vou passar o ano na Nazaré e essa noite promete ser a minha desgraça?
14. Já vos disse que estou viciado no primeiro álbum dos "The Script"? Experimentem, espectacular mesmo.

E pronto, acho que acabaram as novidades, e ainda bem, já estava farto de escrever "Já vos disse..." só para seguir o título do post.

Meus queridos, trago mais posts guardados na minha memória depois desta ausência imperdoável, mas em tudo na vida tem de se ter calma ok? Murches não se fez num dia...

BOA SEMANA!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Post Mais-Que-Importante

Este post é muito mais importante do que poderá parecer, por três simples razões:

1º Este é, oficialmente, o 1º POST ESCRITO NO MEU PORTÁTIL NOVO. Sim, é verdade, fui pai, este meu filhote é uma jóia de moço e ainda não parei de brincar com ele desde ontem. Não tem um sabor diferente ler este post sabendo que foi escrito num portátil?? "sim, sim pedro".

2º Este post serve também para vos dizer que o António, o Polí cia resonsável pelo funil de ouro, hoje cumprimentou-me com o seu habitual sorriso, interrompendo uma das suas sequências de seis passos, tendo perguntado até se estava tudo bem e dizendo-me que o Leonardo já estava a minha espera. Eu agradeci e desejei-lhe um dia de trabalho feliz. Parece-me que fiz um amigo inesperado!| É estranho, mas é bom ter uma pessoa a mostrar-nos o seu mais sincero sorriso logo pela manhã, por vezes basta isso para o dia correr melhor, ou pelo menos para o expectarmos como um dia que vai correr melhor que o de ontem.

3º Última coisa que dá a este post uma importância extremamente invulgar: lembram-se da demanda que esteve presente na minha cabeça nos últimos 6 meses? Lembram pois... E não é que encontrei a alminha que há 6 meses atrás decidiu lançar para o ar o seguinte enigma: "O que faz um preto, nú, no deserto, com um pau na mão?" Hoje vi-a. Ela passou por mim a grande velocidade mas eu logo a parei e disse "ANDA CÁ QUE DESTA VEZ NÃO ESCAPAS!!". Apresentei-lhe a conta do psicólogo e salivei por uma resposta ao tão famoso e rídiculo enigma. Ainda me fez esperar mais 15 minutos, pois estava ao telemóvel, minutos esses que foram passados num desespero total. Desligou e explicou-me a solução do enigma, com a sua voz estridente e cómica. Pois é, então não é que a fui encontrar quando menos esperava? Quem diria, ele há coisas do arco da velha.

E com isto me despeço. Só revelarei a solução do enigma quando os meus milhares de leitores começarem a bombardear-me com comentários desesperados a dizer que se vão atirar da ponte 25 de Abril.

Ou então, daqui a 6 meses, para ver se aprendem.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Bon Jovi- The Circle


Quem me conhece, sabe que sou maluco por esta banda, sabe que o concerto do ROCK IN RIO no ano passado, após treze anos sem virem a Portugal, ficará para sempre na minha memória e na de milhares pessoas e ainda hoje quando o revejo no youtube, consigo arrepiar-me e sorrir como nunca ao fingir que canto ao lado deles e com eles no maior palco do mundo. Há dois dias atrás fui comprar o novo álbum deles, já o ouvi seis vezes desde aí, as letras começam a ficar na ponta da língua. Adoro ir a andar na rua e de repente lembrar-me de uma qualquer música deles e começar a canta-la baixinho e discretamente, cheio de vontade de aumentar o volume da minha voz e começar a canta-la com quem a soubesse. Todos os dias desejo que eles voltem cá este Verão, por muito que gostem mais de outras bandas que passaram por cá no Verão passado, a opinião geral não engana, o concerto deles foi inesquecível, grandioso e único. Voltando ao álbum, tem sonoridades que eles nunca usaram e que resultam na perfeição, letras que divagam sobre os mais diversos assuntos e que transmitem mensagens importantíssimas e essenciais, que nos fazem sorrir enquanto pensamos numa altura da nossa vida em que aquela era a música ideal para tocar. Acabei por comprar também um DVD com alguns dos inúmeros grandes clássicos... Fogo, que banda, que música, que fenómeno. Deixo-vos aquela que para mim é a melhor letra deste álbum e ainda o clip do primeiro single deste álbum, que incrivelmente já me fez viver aquele que foi o melhor momento da corrente semana, os outros dois intervenientes desde momento vão rir-se ao ouvir esta música e gritar: YEEAAAHHH, YEEEAAHHH, OHHHH YEEEAAAAHHHH.


 "Live Before You Die"

I was a little boy of 9 years old
The whole world in my hands
Trying to toss that ball across the yard
A game of catch with my old man

He would always say I’m sorry
Every time he had to leave
And I was much too young to understand
When he would say to me

When you're young you always think
The sun is going to shine
There will come a day
When you have to say hello to goodbye
Sit down son come take my hand,
Look me in the eye
Take these words, promise me
You'll live before you die

I was barely seventeen summer of seventy-nine
Already I was feeling like I was running out of time
I had this girl we fell in love
Or should I say that she had me
Then one fateful night changed our lives
And made a memory

When you're young you always think
The sun is going to shine
There will come a day
When you have to say hello to goodbye
She laid me down she took my hand
And looked me in the eye
And just before she kissed me she said
You got to live before we die, live before you die

You learn to love to live
You fight and you forgive
You learn what's wrong and right
You live before you die

I made mistakes I caught some breaks
But I got not regrets
There's some things I don't remember
But one thing I don't forget

When you're young you always think
The sun is going to shine
One day you're going to have to say hello to goodbye
Shout it out let someone somewhere
Know that you're alive
Take these words wear them well
Live before you die
Live before you die
Hey!
Live before you die

You learn to love to live
You fight and you forgive
You face the darkest night
Just live before you die


Bon Jovi - We Weren't Born To Follow

O Polí cia António e o Funil de Ouro

Hoje o meu dia começou às 6.15, tal como em outras seis ocasiões desde há algumas semanas para cá. Tenho aula de condução às 7:00 com o Leonardo, o melhor instrutor que uma pessoa que nunca pegou num carro pode pedir. Levanto-me. Custa largar o quentinho da minha cama, custa lutar contra a força sobrenatural que os meus olhos fazem para se fecharem, custa, mas acaba por valer a pena. Saio de casa depois de uma torrada e um café com leite muito rápidos e enfrento a noite que está a acabar, juntamente com a minha grande e barulhenta companheira de duas rodas, deixando o frio e a brisa matinal acordarem o que ainda resta de mim adormecido.

Chego ao local onde todos os alunos se encontram com os seus instrutores, um recinto quase circular, cercado por um muro que me dá pela cintura e onde os ténis, em dias de chuva, escorregam facilmente pelas pedras da calçada que são o chão daquele recinto banal e comum. São 7.05, o Leonardo está atrasado, não faz mal, vou sentar-me no muro.

Após sentar-me olho para a entrada do recinto. Conseguem imaginar um funil? Lembrei-me agora que aquele recinto é exactamente como um funil. Na estreita entrada do recinto estava um homem que percorre decididamente e sem se cansar o curto caminho que separa uma extremidade da entrada do funil da outra. Curvado, com as mãos atrás das costas, aquele homem executava passos tão precisos que nunca poderiam ser uma simples casualidade, tinham de ser premeditados. Um constante conjunto de seis passos, era a distância compreendida entre as duas extremidades. Quase que apostava que ele repetia aquilo que parecia ser uma obrigação, um desafio, o dia inteiro, sem cessar. Parecia que estava alguém a observa-lo, a contar os seus passos e que o mandava embora se ele falhasse uma única sequência de passos que fosse.

O homem era alto, vestia um uniforme azul escuro, um escuro que poderia perfeitamente ser sujo. O seu chapéu era estranho, era a cópia autêntica de um barco de pesca em ponto pequeno e feito em pano. Calçava umas botas pretas, iguais às que se usam na tropa, altas, que cobriam parte das calças do seu uniforme azul sujo. As mãos, coladas às suas costas, tinham vestidas umas luvas brancas. No lado direito do seu peito estavam inscritas em ponto grande as letras "POLI". Faltava o "CIA", pensei eu, uma parcela da palavra que fora perdida com o tempo, afinal de contas o uniforme era aparentemente velho. Mas o que faltava na palavra, era compensado com a atitude do POLI CIA que estava ali mesmo à minha frente. Seja o que for que ele estava ali a fazer àquela hora, uma coisa era certa, ele era responsável por aquele funil, pela segurança daquele funil, e ele guardava-o como se fosse uma mina de ouro. Lembro-me de o ver guardar o funil de ouro uma vez por volta das 20:00 ou 21:00. Passará lá, ele, o seu dia inteiro? Junto a si, na entrada do funil de ouro, estavam cinco pinos que ocupavam o mesmo espaço que ele percorria em seis passos e que ele retirava orgulhosamente cada vez que alguém queria entrar no funil de ouro. Fá-lo-ia sentir-se importante? Precisaria ele de se sentir importante?

Eram 7:12 quando o POLI CIA veio ter comigo, olhou para mim e esboçou um sorriso. A sua cara era estranha e adequava-se àquela altura da manhã. As cicatrizes que transportava pareciam ser muito pesadas, elas que nasceram certamente após muita "vida" ter passado por aquele olhar. O seu sorriso revelava alguns dentes tortos e descuidados. Mesmo antes de falar, eu percebi que aquele homem não conseguia falar tão fluentemente como qualquer pessoa. Por entre tropeções linguísticos e atrapalhações, perguntou-me "espera do leonardo?". Eu demorei alguns segundos a responder, não sei porquê, pois tinha percebido tudo o que ele disse de imediato. Acabei por responder "sim, sim, estou a espera do Leonardo, obrigado". Virou costas e mostrou-me as luvas brancas coladas à zona do seu coccis, voltando apressadamente para a entrada do funil de ouro.

O Leonardo não se costuma atrasar. Comecei a colocar em causa o que tinhamos combinado. Ultimamente tenho colocado em causa a minha memória demasiadas vezes, estarei assim tão mal? Procurei algo que me desse a certeza de que hoje era quinta-feira e que eram às 7:15, e ainda algo que me fizesse lembrar que eu tinha marcado uma aula com o Leonardo hoje, quinta-feira, às 7:00. Não consegui, juro que não, precisava de saber com toda a certeza que dia era hoje. O relógio ficou em casa e o telemóvel também. Dirigi-me à entrada do funil de ouro e perguntei ao homem que dia era hoje. Ele voltou a virar-me as costas e a mostrar-me as luvas brancas coladas à zona do seu coccis e foi-se embora. Ele foi-se embora, deixou de guardar o seu precioso funil de ouro... Não percebi aquela atitude, será que tinha interrompido alguma das suas sequências de passos? Será que ele não me ouviu e simplesmente foi "ali e já vem"? Pensei mal dele por breves segundos, lembro-me de me passar pela cabeça a seguinte frase: "tanta coisa e afinal não passa de mais um maluco". Odeio pensar que fui tão básico neste meu pensamento.

Mais cinco minutos passaram e o Leonardo chegou com o carro que poucos momentos depois seria eu a conduzir. Ele sai do carro, cumprimenta-me com um sorriso e desculpa-se pelo atraso. Eu coloco as minhas coisas no banco de trás e começo a procurar, cabisbaixo, o cartão das aulas de condução na minha carteira. Ouço o Leonardo falar. As palavras dele dirigiam-se ao POLI CIA: "Então António? Tás Bom? Tá Tudo Bem?" O POLI CIA, agora António, esboçou um enorme sorriso e acenou afirmativamente com a cabeça. Depois disso, deu a volta ao carro e parou ao pé de mim, curvado e com as mãos atrás das costas. A partir dali, tive a certeza que não era defeito, era feitio. Olhou-me penetrantemente nos olhos e desta vez com um sorriso ainda maior. Eu guardei a carteira no bolso e a seguir ouvi-o dizer algo que por entre os tropeções e as atrapalhações pareceu ser: "Quinta-feira, 10 de Dezembro de 2009"



Fogo...
Obrigado António.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um Conto de Natal!

Depois de comover e fazer tremer todo o público do Teatro Gil Vicente com "A Casa de Bernarda Alba", o mestre Victor de Freitas e os seus pupilos voltam a invadir o lendário teatro de Cascais nos dias 19 e 20 de Dezembro para espalhar animação, alegria e uma mensagem bonita e importante, especialmente nesta época.
Pegando na peça original de Charles Dickens, o grupo formado em mais um workshop de teatro da Camâra Municipal de Cascais apresenta mais um grandioso espectáculo cheio de música, amor e alegria transparecidos por actores que o mestre não hesita em apelidar de "muito bons naquilo que fazem".

E se eu agora anunciasse a peça como se fosse uma festa no Bahause, tendo como base aquelas mensagens que recebo de 2 em 2 horas? Era giro não era?

"JÀ TENS PULSEIRA PARA DIA 19 e 20?? NÃO?! Não percas, no Teatro Gil Vicente, o maior festão deste Natal, com a estreia em Portugal do DJ Victor de Freitas!! Para elas, além da pulseira têm direito a uma sessão com Pedro Gonçalves e os seus grandiosos músculos! Para eles, a oportunidade única de verem Hugo Pinto a ter sexo com uma chita! ÚLTIMAS PULSEIRAS, RESERVA JÁ A TUA AQUI! CONTO CONTIGO?!"

Não? Ok, então eu páro.

Agora a sério, não percam esta grande peça de Natal, dias 19 e 20 no Teatro Gil Vicente em Cascais. Para mais informações sobre a equipa responsável por esta peça, consultem a reportagem sobre a gala de anteestreia desta peça em http://www.hugoopinto.blogspot.com/ . Para garantirem o vosso convite, falem comigo!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma Questão de Credibilidade

Em tempos, eu e essa grande pensadora que é Cláudia Ribeiro, equacionámos realizar o seguinte projecto: viver uma semana como autênticos sem-abrigos e vagabundos. Seria uma experiência única certamente. Iriamos aprender muita coisa ao vestir a pele daqueles que todos os dias têm que pedir ajuda invocando o seu estado quase moribundo.
Infelizmente não o chegámos a realizar, mas se o tivessemos realizado, obviamente que nunca conseguiriamos passar por sem-abrigos ou vagabundos se não estivessemos vestidos e maquilhados a rigor. Ora, acontece que todos os dias me deparo com um autêntico SENHOR VAGABUNDO em frente ao Centro Comercial Cascais Villa, local onde eu trabalho. Vou falar-vos então desta nova variante da "vagabundice", que está a ganhar cada vez mais adeptos:

SENHOR VAGABUNDO, nome científico: "HOMOS VAGABUNDUS". Espécie de vagabundo que surgiu em meados do ano de 2009 na zona de Cascais. Os especialistas explicam o aparecimento desta variante do tradicional vagabundo (VAGABUNDUS TRADICIONALIS) baseando-se num "upgrade" que a comunidade vagabunda sentiu necessidade de realizar para acompanhar os avanços e as alterações (especialmente a nível tecnológico) que o mundo sofre diariamente.
Devido à zona onde esta espécie de vagabundos começou a aparecer, há quem a designe ainda como "VAGABUNDO CHIQUE", aumentando claramente o nível de prestígio desta espécie no ceio da alta sociedade cascalense.
Características da espécie:
- A mensagem de desespero que o vagabundo segura nas mãos é passada a computador e plastificada, podendo por vezes estar colada à superfície sólida mais próxima do vagabundo, fazendo o local parecer por vezes um estabelecimento comercial, sendo então mais agradável e chamativo para os civis largarem as suas esmolas. Esta nova técnica substitui o tradicional cartão, onde as mensagens eram escritas com lápis de cera e com 5 erros ortográficos em 2 palavras. Prevê-se que daqui a alguns anos a mensagem de desespero seja transmitida numa moldura digital.
- Caso o vagabundo esteja sentado, passa a fazê-lo numa cadeira de rodas "quitada" ou "alterada" e não num banco de madeira roubado do Portugal dos Pequeninos, ou mesmo no chão. A cadeira de rodas em questão tem de ter encosto, jantes metalizadas, braços, suporte para um copo e uma árvore por perto para fornecer a melhor sombra possível. Os especialistas afirmam que em poucos anos iremos ver esta nova espécie de vagabundos fazer o seu peditório sentados em cadeiras de massagens, a beber água de côco e com duas "Lenkas" em cada lado da cadeira a abanar dois ramos de uma palmeira com um sorriso fingido.
- O local de eleição para realizar o peditório deixou de ser o típico beco sem saída sujo e abandonado, que foi substítuido pelas saídas das grandes superfícies comerciais e das estações ferroviárias e rodoviárias. Existem relatos de que já foram vistos vagabundos a exercer a sua actividade na Quinta da Marinha e ainda perto de grandes resortes e hóteis de cinco estrelas.
- A endomentária do vagabundo mudou radicalmente: desapareceu o casaco rasgado e sujo, as calças transformadas em bermudas, os ténis que mostram os dedos dos pés, a boina e as luvas à "Batatinha". Hoje em dia, a nova vaga de vagabundos acompanha as tendências que chegam de Paris e começam a aparecer as seguintes variantes: sapatos de vela ou havaianas para calçar, calças beges ou de ganga, camisa da Ralph Lauren ou uma camisola de gola alta.
- A aparência passou também a ser uma grande preocupação dos vagabundos: a barba aparece feita e cuidada, o cabelo está frequentemente molhado e o penteado baseia-se na silhueta de Pedro Santana Lopes ou de Simão Sabrosa. As mãos apresentam-se limpas e as unhas cuidadas. Passaram-se a ultilizar ainda alguns adornos, como anéis, óculos, canetas BIC e uma pastinha debaixo do braço, ideia retirada da habitual aparência das Testemunhas de Jeová, grupo que já ameaçou abrir um processo por plágio real contra esta nova vaga de vagabundos. Em declarações a um jornal qualquer, Tino Mariquinhas, conhecido vagabundo cascalense afirmou "que esta nova aparência dos vagabundos é o primeiro passo na luta pela profissionalização." Tino Mariquinhas adiantou ainda que está a ser estudada a hipótese de abrir um curso profissional de "vagabundice" para dar a conhecer aos jovens a essência desta profissão e para atrair novos praticantes da mesma.
- Por último, os vagabundos trabalharam ainda a forma de receber as esmolas bem como a sua própria essência. Deixou de se utilizar a mão trémula ou a caixinha de cartão ou de plástico ou mesmo o chão da rua e as esmolas passaram a ser recebidas em toalhas de piquenique, cestos e baldes com aba. O agradecimento da esmola é uma técnica que ainda não é muito utilizada pela grande maioria dos vagabundos mas que já aparece em alguns casos, sendo o mesmo prestado através de animais, instrumentos musicais, um súbtil aceno da mão ou mesmo um olhar doce e discreto. Os vagabundos passaram ainda a ser mais selectivos, sendo que nos dias de hoje já raramente algum vagabundo aceita comida, roupa ou qualquer tipo de dádiva a não ser dinheiro.

Começa então a observar-se uma nova vaga de vagabundos nas ruas de todo o mundo, vinda essencialmente dos ares nobres de Cascais. Os novos vagabundos elegem ainda a música "Nobre Vagabundo" de Daniela Mercury como o seu hino e declaram uma guerra acesa contra os vendedores de pensos rápidos e de Ferbies na qual discutem a monopolização do mercado de "vagabundice" sofisticada.

E agora vocês perguntam: "Então e a segunda parte da história de sexta-feira Pedro?"
Pff.... como se isso vos fizesse mais feliz...
Mesmo se fizer, vão ter de esperar. Enquanto isso entretenham-se com outra perspectiva da mesma história no blogue de uma pessoa que faz tanta falta no mundo dos blogues como eu no mundo das pessoas que não conseguem dizer a palavra "batata".... http://www.ositiodamarta.blogspot.com/.

beijos, abraços e muitos palhaços.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Duas perspectivas!

"Durante os passados meses procurou-se e especulou-se desesperadamente sobre o paradeiro desse grande ícone do mundo dos blogues em Portugal, o espremedor de borbulhas. Foram detidos membros da organização das Festas de Santiago da RTP1 e do IKEA para interrogatório, mas os processos acabaram por ser arquivados. Houve rumores de inúmeras ameaças ao espremedor. Segundo fontes próximas do mesmo, caso ele não voltasse a espremer borbulhas em determinado prazo seria submetido a uma tortura horripilante e ao pagamento de uma multa milionária. Há quem diga que o espremedor recebeu ameaças através de cartas cujas frases eram construídas por letras recortadas de revistas. O blogue parou, o país também e mergulhou numa tristeza profunda e nunca antes vista. Foram feitas manifestações por milhares de pessoas que se envolviam em confrontos com a polícia em nome do espremedor. Alguns mais inconformados desfilaram nús pela Avenida da Liberdade levando congiso inúmeras borbulhas desenhadas na pele. Vieram à baila as escutas aos telemóveis dos inimigos reconhecidos do espremedor e a partir daí começaram os motins, as vigílias nocturnas e os raptos. Foram criados novos blogues por indivíduos que afirmavam ser o espremedor mas que rapidamente eram desmascarados por autênticos seguidors da religião espremedora. Houve mesmo seguidores que tentaram acabar com a vida de todas as suas borbulhas, outros pensaram em encher o maior balde de pus proveniente de borbulhas que alguma vez existiu batendo um enorme recorde em nome do seu mestre. Tudo em nome de uma causa, em nome de alguém que diziam retirar um pouco do pus em que os portugueses se sentiam envolvidos, (...)"



Excerto de uma notícia publicada num semanário nacional por um repórter que preferiu ficar no anonimato...



Ou então foi simplesmente preguiça de escrever e eu decidi utilizar esta espécie de eufemismo para aliviar esta minha falha, em que ignorei e menosprezei a responsabilidade que exige hoje em dia ter um blogue. Aceito "piçadas" e "rabocadas" (duas expressões inventadas pelos portugueses que invocam claramente que continuamos a ser primatas e que estamos a dizer as primeiras palavras)



Mas agora vamos ao que interessa. Ontem, Marta Garcia, que tal como eu é mais uma bloguer preguiçosa que deixa montes de ideias no papel propôs-me o seguinte o desafio: "Pedro, vamos deixar de ser texugos e autênticos parasitas do mundo cibernaútico, vamos puxar um pelo (a)o outro e fazer um post diferente sobre a mesma coisa!" ao que eu respondo: "sobre o quê marta? sobre a actual conjuntura económica?" ao que ela responde "-_-" ao que eu respondo: "+_*" ao que ela responde "P0}" ao que eu respondo "%&_ª" ao que ela responde "k#_"" ao que eu respondo "ººººº?!"#$%&/(" ao que ela responde "não pedro, sobre aqueles magníficos três minutos que passámos hoje!"



Obviamente que quem me conhece pensa que a Marta se está a referir à minha masculinidade e à minha silhueta sem igual, já que fica a ideia de que lhe dei o maior e mais rápido orgasmo da vida dela, mas não, essa tarefa cabe a um grande amigo meu que penso cumprir essa tarefa com todo o apreço que a mesma exige.

Voltando ao desafio, aqui está então uma de duas perspectivas sobre aqueles magníficos três minutos que eu e a marta passámos ontem:

Olho-me ao espelho e observo-me como um taxista o faria no retrovisor do seu veículo, interiorizando portanto a frase "olha pra isto... coisa mai linda!!". O fato está à minha medida e a gravata no sítio certo. O cabelo tem gel e o meu ego está insuportável. Saio de casa com um ar triunfante, imagino que sou segurança da Madonna e que o meu andar é acompanhado pelo "You're Unbelievable" dos INXS.
Dirigo-me para uma entrevista importante de emprego, uma entrevista muito séria e formal. Optei por não ir de mota, senão o meu cabelo iria colar-se ao capacete e iria chegar à entrevista com um cheiro insopurtável a gasolina, bem como com mosquitos mortos estampados no meu fato. Chego então à paragem de autocarro. Eram 12:57 e eu bem tentei ver a que horas era o autocarro mas os senhores da SCOTTURB adoram dificultar a vida aos seus clientes e acabei por desistir (faxavor de irem a www.scotturb.com e verificarem o que refiro). Para descobrir a que horas era o autocarro, pergunto a um senhor desse grande país que é Murches que estava na paragem. O senhor tinha boina, dentes amarelos, cuspia-me enquanto falava e acho que chega. Perguntei-lhe a que horas era o autocarro e ele responde-me após fazer uma rotação do pescoço de 10 segundos: "ah sbem cima vemque tavolbira 13:00, 13:05, 13:10, 13:15", eu desisti dele, percebi que não valia a pena, mostrei um ar de desilusão e passei à próxima senhora, laçando-lhe o maior desafio da vida dela: "minha senhora, desculpe, preciso de apanhar o comboio das 13:28, acha que chego a tempo?" A senhora fica a pensar durante 1 longo minuto, deu-me esperança, dava para ver que ela dominava o assunto dos transportes públicos. O seu olhar deduzia cuidadosamente a resposta mais coerente e precisa para me ajudar. Depois de um longo raciocínio e de várias pingas de suor a escorrerem-lhe pela cara, responde-me: "É capaz, mas num shei, vamos veri". Depois disto, sim, é oficial: DESISTO DE LIDAR COM OS MEUS VIZINHOS.

E agora vocês perguntam: "E depois Pedro?" O que aconteceu depois, terei todo o prazer em contar-vos logo à noite porque agora vou trabalhar, a minha vida não é ler blogues. Além disso, um regresso inesperado não pode ser com um post muito maior do que este senão é um choque demasiado grande... tretas portanto.

Vá, não sejam assim, uma vez uma pessoa disse-me "O que é que faz um preto com um pau e um limão num deserto?". Eu fiquei muito curioso, se não tivesse mais o que fazer dedicava uma vida inteira em busca da resolução daquela demanda mas felizmente tenho mais o que fazer. Resumindo, essa pessoa não me disse o que fazia um preto com um pau e um limão num deserto e eu fiquei sem saber e fui menos feliz por isso.

Até logo.